"Ponto de vista": O controle das armas de destruição maciça.


   O controle das armas de destruição maciça.

Tudo principiou há apenas cerca de 100 anos, com o uso de gases na guerra de 1914/18.

Desde então imperou um consenso baseado no equilíbrio do terror e na capacidade dos propulsores susceptíveis de transportar armas de destruição maciça, a que entretanto se juntaram as de tipo bacteriológico e as baseadas na fissão nuclear - começando agora a surgir hipóteses de novas armas de tipo robótico, programadas para destruir alvos específicos que obviamente incluiriam seres humanos (que no caso dos "drones" assumem um papel de controle e direcção, de certo modo prenunciando a evolução robótica e de Inteligência Artificial que tem vindo a ser utilizada também para fins bélicos).

A grande questão que se coloca nestes assuntos de "equilíbrio do terror" é a do controle do armazenamento, e obviamente da proibição da respectiva utilização, havendo que considerar a diferença entre utentes clandestinos - susceptíveis de actuarem preferencialmente por ameaça do uso, em que a existência de "ciber-moedas" poderá ser privilegiada para tal efeito - e Estados possuidores conhecidos (mesmo que não o admitam, como no caso de Israel).

Nestes Estados há que distinguir por um lado os que são considerados actualmente como tendo mais capacidade de controle deste tipo de armas, e os outros (importa acentuar a palavra "actualmente", pois nunca se sabe a respectiva evolução política...) havendo sempre que diferenciar os que usaram armas químicas contra alvos no seu próprio território, como já sucedeu no Iraque e na Síria, e observar o que se passa naqueles que passam por problemas de desagregação política como a Líbia, cujas reservas de armas químicas terão sido destruídas no ano passado. (Todas?).

Não nos esqueçamos contudo que mesmo naqueles que detêm mais capacidade de controle do uso de armas nucleares podem ocorrer situações como a que ocorreu na década de 80, em que um erro no Sistema russo de aviso de ataque poderia ter suscitado um processo de lançamento de mísseis com ogivas nucleares, que apenas não ocorreu devido à prudência do Coronel S.Petrov (Responsável de serviço no turno do Sistema), que não seguiu as instruções previstas para tais casos.

E, muito recentemente (há apenas 15 dias), o General (F.Aérea) J.Hyten, responsável pelo StratCom - Comando de que dependem as forças nucleares dos EUA - declarou que tem pensado muito sobre o que faria se o Presidente americano ordenasse um ataque que ele, Gen.J.Hyten, considerasse ilegal.

E, tendo em conta o que se pressente ser a personalidade do D.Trwitter, podemos bem interrogarmo-nos sobre a probabilidade de um impulsivo uso do "biscuit" - o cartão de plástico que o acompanha sempre e que contem os códigos que o permitem identificar como o originador de uma ordem de ataque nuclear.

Já com o joa-Kim norte-coreano parece não ser preciso nenhum cartão...

Deixemos agora a tentativa de humor, e examinemos um outro Estado : o Paquistão.

Estado onde existe um poderoso Exército, que ciclicamente realiza golpes para obtenção do Poder (recordemos o General P.Musharraf).

Estado onde o islamismo está profundamente implantado, a um ponto tal que uma simples frase pode ser considerada uma blasfémia e levar a linchamentos e a manifestações de muitos milhares de crentes, como há poucos dias sucedeu.

Estado onde uma suposta "blasfémia" proferida noutro país poderia levar um poder militar radical a tomar posições incontroláveis.

Tomadas por um Estado que é uma potência nuclear - não se sabendo (nunca se sabe ao certo...) qual o alcance dos mísseis transportadores das respectivas ogivas.

Estamos num mundo cada vez mais perigoso, pois reage-se mais do que se acautela. E só com o aumento da informação de qualidade, e a melhoria dos sistemas de escolha de representantes, bem como de uma maior participação no controle das suas acções, é que poderemos evitar situações de alto risco.

3.Dezembro.2017