"Ponto de vista": Gravadores furtados, e Ética no Estado.


  Gravadores furtados, e Ética no Estado.

Só agora tive conhecimento de notícias relatadas em Maio último segundo as quais o tristemente famoso (então Deputado à Assembleia da República) Ricardo Rodrigues, que ficou célebre pelo furto de dois gravadores de jornalistas da revista "Sábado" e pelo qual foi condenado judicialmente, foi eleito pelo Parlamento para o cargo de vogal do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais.

Acresce que Ricardo Rodrigues é Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, cargo para o qual foi designado por um eleitorado que provavelmente não estaria a par de actos não recomendáveis como sejam os furtos, nem também o estariam os seus pares que o elegeram em 2013 para presidir à Associação de Municípios da Ilha de São Miguel.

Nem o próprio Parlamento estaria suficientemente atento para o facto de um condenado por furtos e que é Presidente de uma Câmara Municipal poder ter que vir a apreciar decisões de um Tribunal Administrativo por exemplo numa pendência incidente sobre a própria Câmara a que preside.

Ou estaria atento ? Ou não deveria estar ? Num assunto que deu brado, e que levou a imprensa a apelidar Ricardo Rodrigues de "deputado furta-gravadores" ? Quando constata que lhe fazem perguntas embaraçantes ?

Não se deve é certo, criar anátemas para todo o sempre na sequência de condenações transitadas em julgada e expiadas adequadamente.

Mas tanto o eleitorado açoreano, como os representantes do povo que são colocados perante escolhas a proceder, devem ser adequadamente informados sobre o passado, para de tal modo designarem quem melhor parece poder assegurar que a Ética preside quanto se colocam opções a tomar.

Nestas situações, e noutras que se avizinham dentro de pouco mais de dois meses.

Doutro modo, é a Política que prevalece.

Porém, deixa de ser nobre. Passa a estar inquinada.

23.Julho.2017.