"Ponto de vista": Yes, I can.
Yes, I can.
Yes, I can - sim, posso apelidar de "um assim chamado juiz" um Juiz Federal que ousa suspender a aplicação temporária de um decreto presidencial, por MIM assinado, só porque põe em causa a sua constitucionalidade e o facto de invocar a existência de uma Lei do Congresso que suspendeu a execução de um Decreto do meu antecessor que pretendia facilitar a inserção de imigrantes ilegais considerados cidadãos exemplares.
Yes, I can - sim, posso demitir de imediato uma Procuradora que tem o atrevimento de suspender a execução de um Decreto presidencial, por MIM determinado, cuja Assinatura exibi com garbo perante as estações televisivas de todo o mundo, e com a presença reverente de todo o meu Gabinete, apenas invocando dúvidas sobre a sua constitucionalidade, que seriam dirimidas em sede própria (e que - pequeno pormenor - associavam 7 países a uma única prática religiosa que sempre considerei estar na principal origem de actos violentos contra os Estados Unidos da América).
Yes, I can - sim, posso falar grosseira e sobranceiramente ao Primeiro-Ministro de um país (sussurram-me ao lado que também é um Continente) ao qual nos unem Tratados ditos importantes para o mundo, porque se atreveu a discordar da MINHA intenção de não prosseguir com a adopção de um Tratado adoptando regras para o comércio em torno do Oceano Pacífico. Sim, aquele do lado de San Francisco.
Yes, I can - sim, posso nomear para Presidente do Supremo Tribunal Federal um Juiz que sustente as MINHAS ideias durante mais de 20 anos - Jeff, dá-me aí uma lista ordenada por idades.
Yes, I can - sim, posso criticar negativa e violentamente as agências de Informação para semanas depois vir dizer que por elas TENHO a maior consideração e respeito.
Yes, I can - sim, posso apelidar os jornalistas em geral, e em especial os que têm o atrevimento de não reconhecer o alcance das MINHAS intervenções, de pessoas pérfidas e indignas (Sean, toma nota dos que devem ter atendimento preferencial na sala onde apresentas os teus comunicados).
Yes, I can - sim, posso destruir a credibilidade da NATO num abrir e fechar de olhos - perdão, da boca - ou melhor, em menos de 140 caracteres da MINHA TrwittPen.
Yes, I can - si, puedo (atenção, sugerem-me que aqui não imite o meu predecessor George, apesar de eu já ter conseguido memorizar esta longa frase em spanish) terminar a construção do GREAT, GREAT WALL e imputar os custos ao México (mas para já não sei o que fazer se faltar a coca e a cana aos meus Fellow americans, pois sempre são biliões de dólares por ano - depois se verá; talvez uma construção de túneis aduaneiros, pois sempre será mais construção civil - que pensas, Steve? e tu, Jared?).
Yes, I can - sim, posso desequibrar o sistema político na Europa apelando, ou deixando que importantes colaboradores meus o façam, à dissolução da União Europeia na sequência de mais EXITS. Your turn, Reince.
Yes, I can - sim, posso desequilibrar o comércio mundial impondo taxas a TODOS os produtos fabricados fora dos States (Ivanka, não te preocupes - haverá excepções, nomeadamente para o teu iPhone).
Yes, I can - sim, posso - mas ainda não sei bem como - aceder ao pedido do Vlad para desmontar o sistema AEGIS quanto antes. Talvez o Rex encontre uma ideia, pois falou-me no Nord Stream em termos de moeda de troca, e dessas matérias ele sabe.
Yes, I can - sim, posso tornar os Estados Unidos da América numa GREAT, GREAT ISLAND, imune a trocas comerciais e - melhor que isso - a visitas de pessoas e a trocas de ideias! (Boa ideia, Kellyanne, aponta aí que temos que tratar da INTERNET e do acesso à Biblioteca do Congresso!).
YES, THEY CAN - sim, os Estados Unidos da América, nascidos como país independente há escassos 240 anos, renascidos de uma guerra civil há160, e do fim formal da discriminação racial há apenas 50, encontrarão maneira de manter a sua Constituição aberta à Liberdade - que não se esgota nas suas fronteiras.
5.Fevereiro.2017
